Angola com foco na diversificação económica

Vice-Presidente da República defende a necessidade de capacitar os jovens para os desafios da “revolução verde”

A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, afirmou quarta-feira [05.09.2023] que o país teve de fazer uma mudança de atitude no que diz respeito à economia, reduzindo o “income” do mundo petrolífero, dando primazia à diversificação económica.

Ao intervir na mesa redonda sobre “Investimento nos Sistemas de Segurança Alimentar de África”, em que participaram, entre outras convidadas, as Presidentes da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, e da Etiópia, Sahle-Work Zewde, Esperança da Costa referiu que Angola teve, nos últimos anos, de 2017 a 2022, um novo programa de desenvolvimento.

“A nível do país havia uma economia fortemente dependente do petróleo, e ainda temos, e estamos a fazer esta transição. E o Governo priorizou, naquilo que é o seu programa nacional de desenvolvimento, a Segurança Alimentar, e sobretudo, a agricultura familiar”, disse a Vice-Presidente da República para quem faz-se também necessário promover o desenvolvimento de toda a cadeia de valorização dos produtos agrícolas, com o agronegócio.

Esperança da Costa considera o agronegócios fundamental para a saída das várias ameaças e dos vários desafios, que o país tem vindo a enfrentar devido as externalidades, choques externos, crises financeiras, e redução do preço do petróleo.

Tudo isto, sublinhou, teve impacto na economia, razão pela qual Angola identificou o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), destinado a valorizar a diversificação da economia, olhando não mais para o sector petrolífero como o principal contribuinte, mas para o sector agrícola.

Durante a intervenção, Esperança da Costa explicou que o país introduziu reformas ligadas ao desenvolvimento de alguma tecnologia que permitiu o acesso e a melhoria da produtividade, olhando, sobretudo, para a capacitação dos agricultores, para as cooperativas e para a questão da gestão integrada das pragas, visando reduzir as perdas da produtividade.

“Olhámos também para melhoria e integração de práticas agrícolas mais sustentáveis, menos poluidoras e de maior rentabilidade, para a questão do melhoramento das sementes, a melhoria dos vários insumos e fertilizantes, mas, sobretudo, para a necessidade de valorizar o conhecimento local que lida directamente com variedades selvagens, resistentes às diferentes intempéries, ameaças e consequências das alterações climáticas”, sublinhou a Vice-Presidente da República.

Angola, prosseguiu, olha para a questão da agropecuária, com realce para a produção animal. E sendo um país costeiro, está a dar ênfase à formação de cooperativas voltadas ao desenvolvimento da economia azul, que deve contar com a participação de mulheres, a nível de cooperativas ligadas ao processamento de pescado, mas também com a participação da juventude, também organizada em cooperativas.

O objectivo é melhorar a cadeia de valor das pescas e daí, melhorar a contribuição ao Produto Interno Bruto. “Fizemos este caminho e estamos agora a incentivar o processo produtivo com dois programas fundamentais, que são o Planagrão, que visa incentivar a produção interna de cereais”, sublinhou a Vice-Presidente, que entende ser “oportunidade para Angola, destinando-a directamente à juventude para os desafios da revolução verde”.

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